Prof Dr. Henrique Braitt - Endodontia
9 de ago. de 2011
REVASCULARIZAÇÃO!!!!!
Paciente A. S. P., gênero Masculino, idade 10 anos, compareceu a primeira vez ao consultório no dia 22/04/10 referindo ao aparecimento constante de fistula na região de vestibular da unidade 21.
Ao investigar o histórico do caso, foi relatado que houve um trauma quando ainda tinha dentição decídua e a unidade 61 teve intrusão. Ao erupcionar o dente permanente, este apresentou uma mancha de hipoplásia de esmalte, escurecimento da coroa e fístula também por vestibular.
A maior queixa da criança era a presença de dor antes da fistula se estabeler e como os episódios eram recorrentes isso o incomodava. O primeiro passo realizado foi uma tomada radiográfica (Radiografia 1), onde foi constatado que a unidade apresentava um comprometimento da luz do canal e presença de lesão no peridonto apical. Foi feito teste de vitalidade com resultado negativo então foi iniciado o tratamento endodôntico com anestesia, isolamento do campo operatório e abertura da câmara pulpar. Ao remover o teto da câmara constatou-se que não havia tecido conjuntivo pulpar. Foi realizada a limpeza e modelagem do canal, através de uma leve instrumentação com limas manuais e solução de hipoclorito de sódio a 2,5%. Após diversas tentativas para se conseguir chegar ao comprimento de trabalho radiográfico da raiz, sem sucesso (Radiografia 2), a unidade foi vedada, sem medicação intracanal e agendado retorno para uma semana.
Na segunda sessão, com uma nova tentativa de ultrapassar aquele limite antes estabelecido de 15 mm conseguiu-se um avanço (Radiografia 3), porém verificou-se que a raiz apresentava algumas comunicações com o ligamento periodontal ao nível do terço médio, vez que o instrumento desviava constantemente, alcançando lateralmente o periodonto. Em nenhum momento houve sangramento no canal radicular e por não ter conseguido estabelecer um comprimento de trabalho adequado, foi colocada uma medicação com hidróxido de cálcio e o dente foi blindado provisoriamente.
Após essa consulta o paciente desapareceu por 1 ano e 2 meses. No dia 08/06/11, quando retornou ao consultório foi feita uma nova tomada radiográfica (Radiografia 4) e observou-se que havia deposição de tecido duro mudando a conformação do canal radicular e já não havia lesão no periodonto apical. O paciente referiu que não houve mais aparecimento de fistulas e não sentiu dor em momento algum, durante este tempo. Ao realizar a abertura da câmara pulpar veio a surpresa: Extenso sangramento e presença de um tecido conjuntivo fibroso. A câmara foi irrigada com hipoclorito de sódio, porém em uma concentração de 5,25% e se tentou remover aquele tecido conjuntivo com um instrumento manual, sem obter êxito, pois o tecido parecia ser bem organizado e o sangramento impedia uma melhor condição de trabalho. Quando se tentou colocar o instrumento no CT antes estabelecido, este não foi alcançado e foi encontrado um tecido duro, no terço apical. Como a remoção do tecido conjuntivo não foi possível, a câmara foi seca com uma bolinha de algodão e o dente foi novamente selado provisoriamente.
Patrícia M. Magalhães Assunção, CD
Especializanda em Endodontia. Faculdades Unidas do Norte de Minas (FUNORTE) – Núcleo de Ilhéus.
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